quarta-feira, 30 de março de 2011

Prazo do Federal

Oi, gente!


Tenho lido vários posts sobre a previsão do prazo da parte federal do processo do Quebéc. Aparentemente, alguém conseguiu contato com a Maura e descobriu que o prazo do federal aumentou de 10 para 12 meses, e depois de 12 para 14 meses (prazo atual).


Mas e pro pessoal do Federal Skilled Worker??? Alguém de nós já conseguiu arrancar alguma informação desse tipo da Maura? Nenhuma das vezes que ligamos no consulado recebemos informações concretas sobre o nosso processo (algumas vezes ela nem deixou a gente dizer o número do nosso processo), e muito menos qualquer previsão. Todas as vezes que perguntamos se tinha alguma previsão a funcionária (Maura ou não Maura) desconversou...

No site oficial de imigração do governo canadense, o prazo para São Paulo, que antes era de 11 meses, passou pra 12 meses. Considerando que meu processo já completou 14 meses, acho que essa previsão é furada!


Se alguém souber de alguma previsão nova, por favor me avise! :)

Beijos,

Pati

quarta-feira, 16 de março de 2011

No Canadá é diferente...

Seguem algumas curiosidades/observações que aprendi sobre o Canadá nesses últimos meses... pode ser que não se apliquem ao Canadá todo, mas pelo menos aqui em Saskatoon eu garanto!

1. O canadense é honesto! Não são raros aqui os lugares (lojas/supermercados) onde vc encontra caixas registradoras sem funcionários. Vc vai, passa o scanner na própria compra, paga e sai. Simples assim, ninguém fiscalizando, NADA! Eu adorei, achei muito prático, fiz tudo direitinho, mas confesso que fiquei morrendo de medo de algum brasileiro de má intenção se aproveitar disso e queimar o nosso filme. Espero que não, né? Ah, sem contar os supermercados que deixam produtos do lado de fora, sem segurança. Gostou? Pega, entra, paga e sai de novo.

2. Repito: o canadense é honesto! É impressionante a honestidade deles, principalmente nun quesito em que a sinceridade foi abolida no Brasil há muito tempo: VENDAS! Aqui o mercado de usados funciona legal, via Kijiji, principalmente. É muito estranho ver os anúncios daqui. O pessoal chega a ser tão sincero que dá até a impressão de que nem quer vender tanto assim... vi pérolas como "comprei o computador há um mês, mas quando abri descobri que ele é tão pequeno que não consigo nem ler", "é um belo carro, mas precisa trocar isso, isso, isso e definitivamente vai precisar de revisão", ou "o carro é lindo, mas sofreu um acidente no ano passado e precisou reformar todo"... parece mentira, mas não é!!! Isso sem contar as propagandas de medicamentos na TV. Ao invés de colocarem aquelas letrinhas minúsculas que ninguém enxerga citando os efeitos colaterais, aqui a propaganda passa 1/3 do tempo fazendo propaganda propriamente dita do remédio, e 2/3 explicando os possíveis efeitos adversos. Incrível!

3. Ainda sobre o mundo das vendas, é impressionante como aqui as trocas e devoluções são descomplicadas! Ao invés de colocarem o funcionário mais mal-humorado e grosso pra atender as trocas/devoluções e de complicarem tanto as coisas pra ver se vc desiste antes como no Brasil, aqui é sempre um funcionário simpático e educado, que resolve as coisas pra vc em questão de 2 minutos (JURO!). E a experiência foi a mesma tanto para coisas mais caras (precisei trocar um móvel e foi assim) como para coisas baratinhas. Uma vez eu comprei um jogo de lençóis no Walmart, paguei com cartão de crédito, mas errei o tamanho (comprei o de cama de casal normal, mas minha cama é Queen, ou seja, erro meu!). No dia seguinte fui lá pedir pra trocar. A moça do tendimento ao Consumidor demorou cerca de 30 segundos pra olhar a notinha (pra se certificar de que o lençol era de lá mesmo) e me dar o valor do lençol em cash. Como pra trocar seria mais trabalhoso/burocrático/demorado, ela aceitou como devolução e me deu cash pra entrar e comprar o certo, se assim eu quisesse. Tão simples...

4. Há mais ou menos 1 mês as lojas daqui foram invadidas por botas de borracha horrorosas e fedidas. Eu fiquei me perguntando o motivo disso, achando que o pessoal daqui não era muito "fashionable". Essa semana, que (até que enfim) apresentou temperaturas levemente positivas, eu descobri! Aquele mundo de neve (que em lugares não transitáveis acumularam até a altura da cintura, mais ou menos) vai derreter! Um pouquinho que já derreteu e essa cidade já está parecendo um lamaçal! Quem dera eu tivesse comprado uma daquelas botas... rsrsrsrs

5. As únicas pessoas que passeam pela rua no inverno são os donos de cães. É impressionante como para eles não tem tempo feio... o mundo congelado, um "windchill" de -40, nevando, ventando, qualquer coisa! Lá estão os cães, felizes da vida, passeando com seus donos não tão felizes da vida assim...

6. As pessoas com deficiências e os idosos daqui participam normalmente da sociedade. Andando no supermercado é comum vc encontrar um zilhão de velhinhos. Várias vezes, inclusive, velhinhos doentes (perdi a conta de quantos velhinhos com oxigênio eu vi nos supermercados). Pra deficientes, a mesma coisa. Ontem mesmo fui assistir a um jogo de hóquei do Saskatoon Blades (muito bom, vou escrever um post sobre isso tb), e percebi que todo o nível da porta, dando a volta do estádio (que era gigantesco) estava ocupado por cadeiras de roda. Aqui faz bastante sentido reservar vaga para idosos e deficientes, porque eles usam mesmo!

7. O Canadá e os canadenses valorizam as pessoas. Tem um monte de associações aqui em Saskatoon que recebem verba do governo e contam com a ajuda de muuuuitos voluntários (aqui o voluntariado é bem forte). Tem de todos os tipos: ajuda a imigrantes (vários lugares oferecem aulas de inglês, colocação profissional, e muitos outros serviços), a mulheres (incluindo suporte relacionado a violência doméstica), a crianças e adolescentes (curso de idiomas pra filhos de imigrantes, opções de lazer, várias opções de atividades durante as férias de verão), a idosos, a deficientes... Eu adorei os serviçoes que eles oferecem a idosos e deficientes... para garantir a autonomia dos idosos e deficientes, eles oferecem serviços de "acompanhante", ou seja, voluntários que os levam para fazer compra de mercado e para consultas médicas, para fazer companhia e para permitir que essa pessoa passe mais tempo em casa, sem necessidade de institucionalização. Adorei! Aí eu lembro de quando eu trabalhava em uma Unidade Básica de Saúde em São Paulo, que eu tive um paciente (não que tenha sido só um, mas foi nesse que eu pensei agora) que era acamado e ficou vários dias sem tomar o remédio anti-hipertensivo porque ele não conseguia sair da cama para pegar e ninguém apareceu para ajudá-lo. Descobrimos ele sem comer e sem tomar remédio há dias, sem contar as condições sanitárias... graças a Deus (e à boa vontade de algumas pessoas daquela comunidade) ele recebeu ajuda, mas nada que tenha relação com o governo... apenas iniciativa de pessoas locais.


Bom, por enquanto é só.
Acho que deu pra ter uma idéia de como as coisas são por aqui... à medida que eu for lembrando de outras diferenças, eu posto aqui.

Beijos a todos!

quinta-feira, 10 de março de 2011

A mulher imigrante e o mercado de trabalho

Durante a minha aula de inglês de ontem, uma moça chamada Jana, que faz mestrado na Universidade de Saskatchewan, apareceu pra falar sobre um estudo que ela está fazendo sobre a mulher imigrante no mercado de trabalho.
Ela explicou que está entre as mulheres imigrantes a maior taxa de desemprego, part-time jobs e baixos salários, e que o estudo visa primeiramente entender os motivos dessa desigualdade e, a partir daí, traçar planos para corrigir esse problema.
Para isso ela precisa de voluntárias que preencham o formulário online que ela disponibiliza. Ela precisa de amostra de mulheres imigrantes de vários países/culturas/idiomas diferentes, de qualquer profissão, que tenham entre 25-60 anos, que morem em qualquer lugar do Canadá, e que tenham planos de morar e trabalhar no Canadá nos próximos 10 anos (esse limite de idade não é estrito, ela quer dizer que quer ouvir mulheres que já tenham uma profissão e que estejam tentando ou já tenham conseguido entrar no mercado de trabalho canadense). Não importa se a mulher está no Canadá há 25 anos ou há 1 mês. O estudo é sério, o objetivo final nos interessa, só participa quem quer e não precisa se identificar.
Se vcs puderem participar ou indicar o link a alguma imigrante que vcs conheçam...
A coleta de dados não tem deadline... ela vai continuar buscando informações até atingir a amostra necessária. O objetivo dela é conseguir 200 mulheres até maio. Vamos ajudá-la?
Segue o link:
http://www.surveygizmo.com/s3/425942/Career-Adjustment-Model-Questionnaire-for-Immigrant-Women

Os dados dela caso tenham dúvidas:
Jana Kotrcova
M.A. Candidate
Dept of Psychology, University of Saskatchewan
Tel.: (306) 880-7669
e-mail: jana.kotrcova@usask.ca

Beijos!
Pati

quinta-feira, 3 de março de 2011

E a espera continua...

Esse definitivamente não é o post que eu queria escrever. Tenho tentado evitar de escrever posts sem conteúdos úteis, mas esse de hoje é apenas um desabafo...
Agora em fevereiro meu processo fez 13 meses (contando a partir da data da abertura do processo pelo consulado). São 20 meses desde o contrato com a Interapoio, 19 meses desde o preenchimento dos formulários, 15 meses desde que os formulários forom colocados no correio rumo a Nova Scotia (esses 4 meses de diferença entre preencher e enviar eu explico em outro post) e pouco mais de 13 meses de processo oficialmente aberto. A data máxima prevista na carta era 30 de janeiro de 2011, ou seja, 32 dias atrás.
Quando meu processo foi aberto, recebi a informação de que os processos federais estavam demorando cerca de 6 a 8 meses e que, portanto, a previsão para recebimento do pedido de exames médicos era junho a agosto de 2010. Obviamente essa previsão se mostrou errada. Passei então a pensar: "Que pena... mas pelo menos de janeiro de 2011 (data descrita na carta) não passa". Nova queda do cavalo.
Desde a tal data prevista na carta já tentei diversas vezes entrar em contato com o consulado, mas nunca consegui informações muito concretas. Uma hora é a resposta-padrão "seu processo está em avaliação e nenhuma medida deve ser tomada no momento", outra hora descubro que o sistema foi informatizado e está tudo atrasado... pela internet ouço rumores de que está tudo parado devido às férias da Maura, que estão dando prioridade para os processos novos, e mais um monte de informações que me deixam (ainda mais) ansiosa e conjecturando...
Eu sei que o pessoal do processo antiquíssimo (porque agora que tem o novo, o meu é que virou o antigo) esperou muito mais do que isso, mas a diferença é que eles sabiam que iam esperar. Eu acreditei numa previsão e tomei decisões pessoais e profissionais baseadas nisso.
Quem está imigrando sabe o quanto a nossa vida e as nossas decisões dependem de uma resposta, né? E quando essa resposta não chega nunca???
Uma vez, bem no início do meu processo, li em algum lugar uma imigrante comentando sobre as várias fases "emocionais" dos futuros imigrantes. Ela esperou tanto tempo que acabou atingindo a fase da dúvida. Será que ela queria isso tanto assim? Estou me sentindo um pouco como ela no momento...
Quem me conhece sabe o número de coisas das quais abri mão para me lançar nesse projeto. Será que eu fiz bem?
PS: desculpem o post de caráter super pessoal e melancólico... espero melhorar meu humor em breve...